Giancarla Miranda Brunetto conclui Doutoramento em Filosofia
Realizaram-se
na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica
Portuguesa – Braga (por videoconferência), no dia 19 de abril de 2021, as
Provas de Doutoramento em Filosofia - Especialização em Ética e Filosofia
Política da Mestre Giancarla Miranda Brunetto.
A Doutoranda
apresentou e defendeu a Dissertação intitulada: “A ética utópica: do homo sacer ao homo
utopicus. Estudos em Giorgio Agamben e Albert Camus”.
- Presidente: Professora Doutora Maria Isabel Andrade
Mendes de Vasconcelos, Vice-Reitora da Universidade Católica Portuguesa
- Doutora Maria Fernanda Bernardo Alves,
Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra (Arguente)
- Doutor José Maria da Silva Rosa,
Professor Associado da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira
Interior
- Doutor Nathaniel Roberto Buil Merrill,
Professor Auxiliar do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do
Minho (Arguente)
- Doutor José Henrique Silveira de Brito,
Professor Associado com Agregação aposentado da Faculdade de Filosofia e
Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa
- Doutor José Rui Gaia da Costa Pinto,
Professor Associado da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da
Universidade Católica Portuguesa
- Doutor José Miguel Stadler Dias Costa,
Professor Auxiliar da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade
Católica Portuguesa (Orientador)
- Doutor João Carlos Onofre Pinto, Professor Auxiliar convidado da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa.
Resumo:A
pesquisa A
ética utópica: Do homo sacer ao homo utopicus. Estudos em Giorgio Agamben e
Albert Camus propõe investigar o significado da utopia
como um paradigma filosófico necessário para compreender o ser humano em
sua complexidade e contextualidade nas sociedades contemporâneas
ocidentais. O estudo faz uma análise interpretativa do homo sacer — as
pessoas excluídas de direitos e dignidade nos limites da legalidade e no
contexto biopolítico - à luz do estudo das obras Homo Sacer (I,1 — O
poder soberano e a vida nua; II, 1 — Estado de Exceção; III — O que resta de
Auschwitz) de Giorgio Agamben, e da obra O Mito de Sísifo, de Albert Camus.
A pesquisa mostra que a importância simbólica e metafórica das relações entre
o homo sacer e Sísifo anunciam a compreensão e a emergência do homo utopicus
e da ética utópica. A metodologia consiste na realização de pesquisa bibliográfica
com revisão de literatura em obras filosóficas, literárias, jurídicas e de direitos
humanos, e no desenvolvimento de uma base teórica para sustentar de modo crítico-argumentativo
e interpretativo as questões investigadas a fim de atingir os objetivos
propostos. A relevância desta pesquisa se faz sentir pela necessidade de uma
profunda imersão epistemológica diante de paradigmas que por um lado
impedem o belo dia1 almejado desde especialmente a teoria política
aristotélica mas por outro lado não impedem que sociedades democráticas contemporâneas
estejam em (ou a um passo de) um estado de exceção como paradigma da política
contemporânea.2
1.
Na
perspectiva aristotélica zoé é a vida nua, biológica, mas pela linguagem
o homem adquire uma existência política, e a finalidade dessa existência é
estar na pólis para bem viver, a eumeria, ou o belo dia.
2.
Giorgio
Agamben (2010) ao estudar autores como Michel Foucault, Hannah Arendt e Walter
Benjamin conclui que a biopolítica está presente desde as origens da política
ocidental. Para Agamben o poder soberano, pela sua própria natureza, tem o
poder de inclusão e exclusão, e termina por inviabilizar o fim para o qual
surgiu, ou seja, a eumeria não foi alcançada em nenhuma forma de
governo.
Palavras-chave: Utopia, Homo sacer, Sísifo, Homo utopicus, Ética utópica, Direitos humanos.